O Diabetes Mellitus Tipo 1 caracteriza-se como uma patologia autoimune causada pela destruição das células beta-pancreáticas, responsáveis pela produção de insulina, esse quadro resulta na dependência, ao longo da vida, da administração do hormônio via exógena para a redução da hiperglicemia.
Embora há tempos o DM1 ser conhecido como “diabetes juvenil”, devido ao frequente diagnóstico em crianças e jovens, a maioria dos indivíduos acometidos são adultos.
Recentes revisões sistemáticas têm abordado a relação entre a pratica Regular do Exercício físico e gerenciamento metabólico, físico e psicológico em indivíduos com DM1. Estudos, que também incluem meta-análise de ensaios clínicos randomizados, demonstram que melhorias no controle glicêmico com essa prática, de forma planejada, organizada e periódica, são bastante heterogêneas,
https://doi.org/10.4025/jphyseduc.v29i1.2917
Recentes resultados apontados por Macmillan et al. sugerem que intervenções mais longas (programa com duração > 12 semanas), atividades mais frequentes (≥ 3 vezes por semana), maior tempo de duração (≥ 60 minutos por sessão), e combinação entre exercícios aeróbicos e resistidos podem ser mais eficazes na melhoria das taxas de Hemoglobina Glicosilada. Assim, pesquisas futuras devem explorar o desenvolvimento de intervenções que promovam atividade física, saúde e minimizem comportamentos sedentários.
Hipoglicemia e Alta intensidade
Crises de hipoglicemia podem ocorrer durante a noite. Alguns fatores podem estar associados a esses episódios. Idade mais jovem, níveis menores de HbA (Hemoglobina glicada), exercícios, (sobretudo de alta intensidade), praticados durante o dia anterior e hipoglicemia no dia anterior estavam significativamente associados a maior frequência de hipoglicemia noturna. Campbell et al. realizaram pesquisa inédita sobre as reduções das doses de insulina de ação rápida no período pré e pós-exercício.
Os autores verificaram que a redução de 50% na dose de insulina de ação rápida pós-treino, quando combinada à redução de insulina de ação rápida pré-treino, já reiterada pela literatura, conserva a glicemia e impede a hipoglicemia em até oito horas após o exercício. No entanto, esses pacientes, mesmo depois de realizar refeição pós-exercício, apresentavam risco de desenvolver hipoglicemia tardia.
O horário da prática da corrida também deve ser considerado.
Não há evidencia de um padrão bifásico no aumento de risco de hipoglicemia tardia em exercícios, de intensidade moderada, executados após ao meio dia. Entretanto, o padrão bifásico de aumento de risco de quedas agudas da glicose foram encontrados em exercícios realizados no fim da tarde, o exercício melhora aptidão física, perfil lipídico, resistência à insulina, bem-estar, além de auxiliar na diminuição de riscos cardiovasculares e mortalidade em pessoas diagnosticadas com DM1 a muito tempo.
Isso é justificado através das respostas fisiológicas e metabólicas na qual a atividade aeróbia (corrida) secreta vários hormônios chamado de contra reguladores (insulina, glucagon, catecolaminas, hormônio do crescimento e cortisol, principalmente) são responsáveis por controlar absorção da glicose e o metabolismo energético. Equilíbrio entre insulina e hormônios contrarreguladores varia de acordo com tipo, de condicionamento cardiorrespiratório, aptidão física, intensidade e duração da corrida.
O estímulo ao aumento da duração e intensidade da atividade física traz benefícios à preservação do desempenho das células beta-pancreáticas, evitando assim, complicações secundárias, trazendo um maior equilíbrio e uma maior qualidade e segurança frente a pratica regular da corrida.
Esp. Felipe Chokito, Cref.06314-G/Ba