Com lotação máxima, Sírio-Libanês passa a recusar pacientes
11/03/2021
O Hospital Sírio-Libanês não está mais aceitando novos pedidos de transferência de pacientes e pausou todas as cirurgias eletivas em São Paulo. A informação foi divulgada nesta quinta-feira (11/3) pelo CEO da empresa, Paulo Chap Chap, em um evento restrito transmitido via redes sociais. O motivo é o pico de casos de internação por coronavírus no Brasil.
Paulo Chap Chap afirmou durante entrevista ao Estadão que o hospital, considerado referência em atendimento para o país, tem 217 pacientes internados em São Paulo. Segundo ele, em julho de 2020, a unidade contabilizava 135 pessoas internadas e 36 infectados que solicitaram transferência para o Sírio Libanês não serão atendidos.
“Hoje (quarta) de manhã não tinha nenhuma vaga em UTI. Estamos convertendo o maior número possível de leitos, mas o sistema não aguenta um tsunami”, afirmou Chap Chap.
O receio é que, com o colapso do sistema de saúde, quadros de média gravidade e que poderiam ser tratados possam evoluir para óbitos. “Podemos chegar nessa situação, seria catastrófico”, alertou o CEO.
De acordo com o diretor executivo do hospital, o perfil dos pacientes internados por coronavírus está mudando. Se no início da pandemia a internação e os óbitos de idosos por conta da doença eram mais comuns, agora são os jovens que mais morrem. “Estamos vendo jovens morrendo, simplesmente pelo fato de que há muito mais jovens contaminados”, declarou Paulo.
Para evitar que casos não graves não sejam tratados adequadamente e barrar a disseminação do Sars-CoV-2, Chap Chap defende a adoção de medidas mais restritivas, como o fechamento de templos e de escolas. “Não quero ser alarmista, mas estamos perto de um colapso. Está na hora aprofundarmos as medidas. Têm de ter medidas fortes por 2 a 3 semanas”, justificou.
*Redação
*Foto: Getty Imagens