Segundo pesquisa, Brasil só terá vacinação em massa no ano de 2022

Segundo pesquisa, Brasil só terá vacinação em massa no ano de 2022

27/01/2021 0 Por Redação

 

A vacinação contra a covid-19 começou em diversos países, mas a imunização em massa levará tempo. Segundo levantamento feito pelo EIU (The Economist Intelligence Unit), centro de pesquisas do grupo responsável pela revista The Economist, mais de 85 países pobres não terão amplo acesso às vacinas antes de 2023. Já no Brasil a vacinação em massa será atingida em meados de 2022. 

O EIU destaca que Brasil e México, classificados como países de renda média, terão doses para imunizar grupos prioritários devido aos acordos firmados com os laboratórios em troca da execução de testes clínicos. No entanto, a “capacidade de chegar à vacinação em massa depende de outros fatores, incluindo espaço fiscal, tamanho da população, número de profissionais de saúde, infraestrutura e vontade política”.

Outros países da América Latina, como Argentina e Chile, também terão vacinação em massa apenas em 2022.

Mapa demonstrativo elaborado pelo EIU: 

O EIU levou em conta as previsões mais recentes sobre os planos de vacinação dos países. O ano da vacinação em massa reflete o momento em que os países devem ter vacinado a maioria (60-70%) de sua população adulta. Os critérios levados em consideração incluem acordos de fornecimento, restrições de produção, o tamanho da população e a disponibilidade de profissionais de saúde.

“O contraste entre os países ricos e os mais pobres é gritante. A maioria dos países em desenvolvimento não terá amplo acesso às vacinas antes de 2023, no mínimo. Alguns desses países –particularmente os mais pobres com um perfil demográfico jovem– podem perder a motivação para distribuir vacinas, especialmente se a doença se espalhar amplamente ou se os custos associados forem muito altos”, diz Agathe Demarais, diretora global do EIU.

Economia e Diplomacia da vacina

O EIU analisa que o mundo vai se recuperar economicamente em meados deste ano.

“Espera-se que os países na frente da fila – incluindo o Reino Unido, os EUA e a maioria dos países da União Europeia – imunizem seus grupos prioritários até o final de março, com outros países ricos o fazendo no final de junho. Portanto, esperamos que as perspectivas econômicas globais melhorem a partir de meados de 2021, com a recuperação econômica global ganhando velocidade no 3º e 4º trimestres. No entanto, a vida não voltará ao normal até lá, pois os programas de imunização para a maior parte da população continuarão até meados de 2022”, diz a publicação. 

Segundo o EIU, existem 2 entraves para a aceleração da vacinação em massa. Um deles é a produção, uma vez que muitos países encomendaram mais doses do que precisam e as farmacêuticas devem cumprir esses contratos e outro é o custo dos programas de imunização, que é alto especialmente para os países mais pobres. 

Essas nações contarão com a ajuda da OMS (Organização Mundial da Saúde), responsável pelo consórcio Covax Facility. Por meio da iniciativa, os países mais pobres receberão 6 bilhões de doses – 2 bilhões em 2021. A quantidade, no entanto, não atende à demanda total para a imunização da maioria da população.

O EIU destaca o fato de Rússia e China terem desenvolvidos imunizantes próprios.

“As vacinas chinesas e russas estão sendo lançadas tanto no mercado interno quanto em países emergentes como o Egito, por meio de acordos bilaterais diplomáticos. Isso promoverá a chamada diplomacia de vacinas – com a Rússia e a China tentando reforçar seu status global por meio da entrega de vacinas – neste ano e nos anos seguintes”, lê-se no relatório.

“Tanto a Rússia quanto a China buscarão adotar uma abordagem transacional para a entrega de vacinas, usando as doses como moeda de troca para promover interesses de longa data” declara Demarais. (Com Poder 360)

 

Foto: fcafotodigital Crédito: Getty Images