Ministério da Saúde desiste de remédio Annita, defendido pelo governo para tratar covid-19

Ministério da Saúde desiste de remédio Annita, defendido pelo governo para tratar covid-19

12/01/2021 0 Por Redação

 

O Ministério da Saúde informou nesta segunda- feira (11) que decidiu não incluir a nitazoxanida, vermífugo conhecido como Annita, na lista de remédios distribuídos para o tratamento da covid-19 na rede pública de saúde. As informações são de Poder360.

“A Nitazoxanida não consta nas orientações deste Ministério da Saúde para o tratamento da Covid-19, e também não se encontra incluída na Relação Nacional de Medicamentos – RENAME 2020, de forma que esse medicamento não é adquirido ou financiado com recursos federais do SUS”, diz o texto enviado pelo Ministério em resposta a um pedido de informações da Câmara dos Deputados, feito pelo Poder360.

Em outubro, o governo federal apresentou o que seriam os resultados de uma pesquisa financiada pelo Ministério da Ciência e Tecnologia sobre tratamento precoce com a nitazoxanida, e afirmou que o medicamento poderia “salvar vidas”.

De acordo com o Poder360, o governo investiu R$ 5 milhões no estudo, cujos resultados não foram detalhados na ocasião.

Estudo

Em dezembro, um artigo sobre o estudo foi publicado na revista científica European Respiratory Journal. As análises indicaram que a nitazoxanida é capaz de reduzir a carga viral em pacientes com até 3 dias de confirmação da doença no organismo. A carga viral de 194 pacientes que se trataram com a nitazoxanida caiu 55% depois de 5 dias.

Entre os 198 voluntários que tomaram o placebo, a carga viral teve redução de 45% no mesmo período. O vermífugo não levou à redução dos sintomas da covid-19. Os pesquisadores, desse modo, concluem não haver evidências de que o medicamento seja uma terapia efetiva para pacientes com casos leves de covid-19.

Durante a apresentação da pesquisa, um vídeo afirmava que “a missão” foi cumprida e “o resultado comprovou de forma científica a eficácia do medicamento”.

Segundo a publicação, o ministro Marcos Pontes afirmou que o remédio “reduz o contágio entre as pessoas” e “diminui a probabilidade de agravamento de sintomas”.

“Temos uma ferramenta que o Ministério da Saúde pode usar para salvar vidas“, disse Pontes, que informou que cabia ao Ministério da Saúde incluir o medicamento nos protocolos de tratamento da covid-19.

Nós estamos passando o bastão para o Ministério da Saúde, para o general Pazuello dar continuidade ao trabalho.” 

*Redação

*Foto: Pixabay