Incerteza sobre temperatura das vacinas atrasa imunização na Alemanha
27/12/2020
A campanha de vacinação contra o novo coronavírus na Alemanha teve atrasos em várias cidades neste domingo (27).
De acordo com informações da agência Reuters, o atraso aconteceu depois que os rastreadores de temperatura mostraram que cerca de 1.000 das injeções feitas pelas farmacêuticas BioNTech e Pfizer podem não ter sido mantidas em temperatura fria o suficiente durante o traslado.
Em comunicado o distrito de Lichtenfels, localizado no norte do maior Estado da Alemanha, a Baviera informou que “Ao ler os registradores de temperatura colocados nas caixas térmicas, surgiram dúvidas sobre o cumprimento dos requisitos da cadeia de frio”.
A equipe médica descobriu que a temperatura em uma caixa térmica de transporte de vacina subiu para 15 graus Celsius, disse um porta-voz de Lichtenfels, acima do máximo de 8 ºC estipulado pelos fabricantes.
O porta-voz de Lichtenfels disse que 1.000 injeções foram afetadas pela questão da temperatura e que a cidade e os distritos de Coburg, Kronach, Kulmbach, Hof, Bayreuth e Wunsiedel, no norte da Baviera, estavam esperando uma resposta da BioNTech sobre se a vacina ainda poderia ser usada.
A vacina, que usa a nova tecnologia mRNA, deve ser armazenada em temperaturas ultrabaixas de cerca de -70 graus Celsius antes de ser enviada aos centros de distribuição em caixas térmicas especialmente projetadas, cheias de gelo seco.
Uma vez fora do armazenamento em temperatura ultrabaixa, a vacina deve ser mantida entre 2 ºC e 8 ºC para permanecer efetiva por até cinco dias.
As caixas térmicas projetadas pela Pfizer são equipadas com rastreadores GPS para que as empresas possam lidar com possíveis problemas de armazenamento durante o trajeto.
“A campanha de imunização contra o coronavírus não se trata de quem vacina mais rápido ou quem administra mais doses. Segurança e trabalho consciente em benefício da população têm a maior prioridade”, disse Oliver Baer, administrador distrital em Hof.
Os atrasos na Alemanha reforçam o desafio que é administrar a vacina enquanto os reguladores analisam a aprovação de alternativas, como as feitas pela Moderna e pela AstraZeneca, que são mais fáceis de transportar e armazenar.
A BioNTech não estava imediatamente disponível para falar sobre o assunto. A Pfizer disse à Reuters que procurasse a empresa alemã para comentar o assunto.
*Redação
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