Um psicólogo está unindo o trabalho de arte em pintura com o resgate das memórias e dos desejos dos idosos, e está dando super certo.
A experiência do psicólogo Francisco Soares é desenvolvida no Lar Sant’Ana ILPI, uma Instituição de Longa Permanência, em Teresina, no Piauí. “Com a pandemia ocorreu uma queda no quadro emocional de alguns e a depressão e ansiedade atingiram em cheio muitos deles”, relatou Francisco.
Os idosos ficaram impedidos de sair do lar para passear, de receber visitas, e isso influenciou no quadro de saúde mental. “Então me veio a ideia de utilizar da arteterapia para estimular as memórias, a concentração e os desejos dos idosos”, disse.
O psicólogo passou a levar telas e tintas para o abrigo e a promover a pintura como terapia e de forma livre com o auxílio dele e dos colegas que trabalham na instituição. Cada idoso saiu pintando o que vinha à cabeça, e saiu de tudo, de lembranças de árvores, pássaros, amores e lugares a pinturas abstratas.
Foram várias pinturas cheias de significado, como a idosa, que antes de ir para o abrigo, vivia em situação de rua e sempre foi apaixonada por balé. “Ela nunca praticou, mas sempre admirou e agora fica horas admirando a tela depois que pintou”, disse Francisco.
E teve também a pintura de um idoso que perdeu a mãe por Covid-19. Ele relatou que a mãe gostava de flores e jardim e quis reproduzir isto na tela. O idoso disse ainda que ela era apaixonado pelo dia, e por isso usou a cor amarela para encher de brilho a pintura.
“Entendo de arte? Não! Mas entendo que o lúdico é parte fundamental no processo de saúde mental, pois uma mente sã faz transformações. Assim conseguimos trabalhar diversas áreas e lidar melhor com as mudanças psicológicas como medos, fobias, lembranças boas e desejos. Tudo isso pode ser estimulado e trabalhado através da arte”, avaliou Francisco.
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A atitude do psicólogo tem ajudado os idosos a atravessarem esse momento de pandemia com menos estresse e ansiedade. “O resultado da arteterapia na vida dos idosos nesse período de pandemia foi fator determinante na melhora da criatividade, autoconhecimento, desenvolvimento de novas habilidades, integração social e exercita a memória”, disse.
O abrigo tem 17 idosos e esse trabalho faz a diferença na vida deles. “Dar voz e vez à pessoa idosa com olhar mais humanizado, fazendo com que o idoso se sinta acolhido e seguro para conversar e desabafar suas angústias e aflições auxilia na busca do bem-estar de cada idoso como um ser individual”, finalizou o psicólogo.