Vacina da Moderna mantém imunidade contra Covid-19 de pelo menos três meses
04/12/2020
A vacina da Moderna contra a Covid-19, que recentemente demonstrou ter 94%de eficácia, faz com que o sistema imunológico humano produza anticorpos que duram pelo menos três meses, mostrou um estudo publicado nesta quinta-feira(3)
Investigadores do Instituto Nacional de Alergias e Doenças Infecciosas (NIAID) dos Estados Unidos, que desenvolveu a vacina, estudaram a resposta imunológica de 34 participantes adultos, jovens e idosos, desde a primeira fase de um ensaio clínico.
No New England Journal of Medicine, os cientistas escreveram que os anticorpos, que impedem o vírus SARS-CoV-2 de invadir as células humanas, “diminuíram levemente com o tempo, como esperado, mas permaneceram elevados em todos os participantes depois de meses após a segunda dose da vacina”.
A vacina, chamada mRNA-1273, é administrada em duas injeções com 28 dias de intervalo.
Mesmo que o número de anticorpos diminua com o tempo, esse fato não constitui necessariamente um motivo de preocupação. O diretor do NIAID, Anthony Fauci, e outros especialistas disseram que é muito provável que o sistema imunológico se lembre do vírus se for novamente exposto ao mesmo mais tarde e que então produza novos anticorpos.
O estudo mostrou que a vacina ativou um determinado tipo de célula imunológica que deveria ajudar na chamada resposta de memória, mas apenas estudos de longo prazo poderão confirmar se será mesmo assim.
Em 17 de dezembro a vacina Moderna será revista por um comitê consultivo da Food and Drug Administration (FDA) e pode receber resposta positiva para aprovação de emergência logo em seguida.
A vacina da Moderna baseia-se numa nova tecnologia que utiliza material genético na forma de mRNA (ácido ribonucléico mensageiro).
Testes em jovens entre 12 e 17 anos
Prestes a ser aprovada nos Estados Unidos e na Europa, a Moderna vai começar a recrutar crianças entre os 12 e os 17 anos para testar a eficácia da mRNA-1273.
A empresa norte-americana pretende inscrever cerca de três mil jovens voluntários no ensaio, de acordo com o site oficial de ensaios clínicos Clinicaltrials.gov, para levar a cabo a fase 2/3 dos testes, para avaliar a segurança, eficácia e possíveis efeitos colaterais do imunizante.
Os especialistas defendem a realização destes tipos de ensaios porque é importante testar as vacinas contra o Covid-19 em crianças antes de serem usadas mais amplamente em populações mais jovens.