Pela primeira vez em 25 anos médicos de saúde pública da Espanha fazem greve
27/10/2020
Após mais de seis meses de pandemia trabalhando exaustos, os médicos do sistema público de saúde espanhol iniciaram uma greve nesta terça-feira.
A greve nacional é primeira em 25 anos com o objetivo de um maior reconhecimento do seu trabalho.
Devido às medidas de distanciamento social, apenas cerca de 50 profissionais reuniram-se em frente ao Congresso Espanhol de Madrid, respondendo ao apelo da Confederação Estadual dos Sindicatos Médicos (CESM).
Segundo esta entidade, contatada pela agencia AFP, cerca de 85% dos 267 mil médicos espanhóis participaram na greve, embora a maioria de forma simbólica.
Esta reivindicação nacional em um dos países europeus mais afetados pela covid-19 é nova, uma vez que esse tipo de protestos são geralmente convocados ao nível regional. Em Espanha, as regiões detêm competências de saúde pública.
Segundo o gastroenterologista Sergio Casabona, que participou do protesto em frente ao Congresso, “a gota de água” para os profissionais de saúde foi um decreto, publicado no final de setembro, que permite a transferência de médicos para outros serviços hospitalares independentemente da sua especialidade.
O Ministério da Saúde justifica esta reforma pela pandemia covid-19, mas o CESM considera-a como “o maior ataque perpetrado contra a saúde espanhola”.
A greve acontecerá todas as últimas terças-feiras de cada mês até que seja obtida resposta, segundo o CESM.
Neste contexto, o governo espanhol anunciou nesta terça-feira que o projeto de orçamento de 2021 vai aumentar a verba para a saúde em 151%, com mais 3 mil milhões de euros, dos quais 2,4 mil milhões serão atribuídos à compra de vacinas e ao reforço da rede de atenção primária. ( Com DN.PT)
Foto; DW