PF: médico é alvo de ação contra quadrilha suspeita de fraudes no INSS

PF: médico é alvo de ação contra quadrilha suspeita de fraudes no INSS

08/05/2024 0 Por Redação

Cerca de 30 policiais federais deram cumprimento a 5 mandados de busca e apreensão, nos municípios de Salvador e Vera Cruz, na manhã desta quarta-feira, 8. A ação, em conjunto com a Coordenação-Geral de Inteligência da Previdência Social do Ministério da Previdência Social, visa desarticular organização criminosa que fraudava benefícios por incapacidade no estado da Bahia. As informações são do A TARDE.

As investigações da operação, batizada de Operação Psicose, tiveram início há cerca de dois anos, quando se identificou a existência de diversos benefícios previdenciários concedidos fraudulentamente mediante a apresentação de atestados médicos com conteúdo falso perante a perícia do INSS.

Os atestados e relatórios médicos identificados diziam respeito a doenças vinculadas a transtornos mentais (justificando o nome de batismo da operação), sem que houvesse a devida justificativa clínica para sua elaboração.

Foi identificada a atuação de intermediários, que faziam a ligação entre os pretensos beneficiários e os médicos, que forneciam os atestados, relatórios e receitas, de forma indevida. Os intermediários também promoviam o acompanhamento dos beneficiários até agências do INSS no interior do estado, fazendo-se presentes durante a perícia para auxiliá-los no momento da avaliação.

Ao longo das investigações, constatou-se que diversas pessoas que se beneficiaram dos atestados médicos suspeitos e obtiveram benefícios previdenciários, estavam, na realidade, saudáveis e exercendo atividades profissionais normalmente, trabalhando como motoristas de aplicativo, gerente de obras, entre outros.

Foram identificados, até o momento, pelo menos 100 benefícios concedidos na forma fraudulenta acima descrita, sendo que o prejuízo causado ao INSS supera os R$ 6 milhões. De acordo com os cálculos do Ministério da Previdência, caso os benefícios fraudulentos continuassem a ser pagos, o prejuízo causado poderia chegar a R$ 68 milhões (considerando os valores retroativos pagos e os que seriam disponibilizados mensalmente, de forma vitalícia, a cada beneficiário ao longo da vida).

Os envolvidos responderão pela prática dos crimes de Associação Criminosa e Estelionato Previdenciário, com penas que, se somadas, podem chegar a mais de nove anos de prisão.

 

*Fonte: Portal A Tarde
*Foto: Pedro França/Agência Senado