Bahia lidera número de casos novos do câncer de colo de útero na região Nordeste

Bahia lidera número de casos novos do câncer de colo de útero na região Nordeste

16/01/2024 0 Por Redação

Os exames preventivos, a vacina anti-HPV e o comportamento sexual seguro são as principais formas de prevenir a doença, segundo especialistas

 

Problema de saúde pública, o câncer de colo de útero, também conhecido como câncer cervical, representa o terceiro tumor maligno mais frequente na população feminina do Brasil (atrás do câncer de mama e do colorretal). De acordo com estimativa do Instituto Nacional do Câncer (INCA), o país deve registrar 17.010 novos casos da doença em 2024. A Bahia, com estimativa de 1160 novos casos em 2024, é o estado da região Nordeste com maior número de novos casos da doença.

A principal causa do câncer cervical é a infecção persistente por determinados tipos de HPV (Papilomavírus humano), vírus transmitidos em relações sexuais sem proteção, principalmente o HPV-16 e o HPV-18, considerados de alto risco oncogênico.

“A realização dos exames preventivos de rotina, como o Papanicolau, é fundamental para prevenir o câncer de colo de útero”, afirma Airton Ribeiro, ginecologista e diretor médico da CAM.  De acordo com ele, o exame é capaz de detectar não apenas o câncer em fases iniciais ou avançadas, mas até lesões pré-malignas que podem ser tratadas precocemente, evitando o desenvolvimento da doença.

O oncologista Fernando Nunes, da Oncoclínicas na Bahia, lembra que o câncer de colo de útero, apesar de ser o terceiro de maior incidência em mulheres brasileiras, é uma neoplasia prevenível.  “A vacinação contra o HPV também é uma das principais aliadas na prevenção dos cânceres ginecológicos”, explica o especialista.

Ambos os especialistas concordam: o exame ginecológico preventivo, a vacina HPV e o sexo seguro (com uso de preservativo) são as principais medidas para prevenção do câncer de colo de útero.

Além da infecção pelo HPV, outros fatores podem facilitar a infecção e colaborar para o surgimento do câncer de colo de útero, como a iniciação sexual precoce, o tabagismo, a higiene íntima inadequada e a multiplicidade de parceiros.

A maioria das infecções por HPV regride espontaneamente entre seis meses a dois anos da exposição, especialmente em mulheres com menos de 30 anos, mas acima dessa idade é mais comum que as infecções sejam mais persistentes.

Sintomas

De desenvolvimento lento, o câncer do colo do útero, muitas vezes, não apresenta sintomas em sua fase inicial.

Dores durante relação sexual, secreção vaginal anormal, dor abdominal associada a queixas urinárias ou intestinais e sangramento após relação sexual são alguns dos sintomas que podem ocorrer em casos mais avançados.

“Ao notar qualquer sintoma é fundamental que a mulher busque seu ginecologista para atendimento”, orienta Airton Ribeiro. O médico esclarece que o exame preventivo deve ser feito independente da presença de sintomas. “A detecção precoce da doença, quando ela ainda não apresenta sintomas, faz toda diferença no tratamento e aumenta as chances de cura”, destaca o diretor médico da CAM.

Tratamento

O tratamento é individualizado e as abordagens terapêuticas dependem do estágio da doença, podendo envolver cirurgia, radioterapia e quimioterapia ou técnicas combinadas.  “Os avanços das cirurgias minimamente invasivas, da tecnologia radioterápica e de novas drogas usadas no combate à doença têm tornado o tratamento menos tóxico e mais eficaz”, finaliza Fernando Nunes.

 

*Foto: Divulgação