Método brasileiro utiliza celulose para criação de curativo que trata feridas de pele
27/10/2023
Membrana porosa desenvolvida por empresa paranaense, promove, além da cicatrização, o alívio imediato da dor, isolando as terminações nervosas
A medicina está constantemente evoluindo e uma área que tem testemunhado avanços notáveis é a dos cuidados com feridas de pele. À medida que a ciência e a tecnologia avançam, os curativos tradicionais estão cedendo lugar a soluções inovadoras, melhorando significativamente o tratamento e a qualidade de vida dos pacientes.
Compreender a evolução dos curativos no tratamento de feridas de pele é fundamental para entender esse progresso. O engenheiro florestal João Carlos Moreschi, fundador da empresa curitibana Vuelo Pharma, está por trás da criação de uma membrana celulósica porosa, chamada Membracel, que vem revolucionando o tratamento de lesões de pele no mercado brasileiro e internacional.
Entre os anos de 1992 a 2000, ele embarcou em uma jornada de pesquisa e empreendedorismo, motivado pela necessidade de encontrar produtos eficazes e acessíveis para o tratamento de um úlcera de longa data da própria mãe.
“Durante o processo de desenvolvimento, vários obstáculos foram enfrentados, incluindo a falta de informações bibliográficas sobre produtos similares”, relata Moreschi. No entanto, o comprometimento e a formação técnica e científica foram determinantes para superar esses desafios, para então desenvolver zoogléias de qualidade (camadas gelatinosas compostas de microrganismos responsáveis pela oxidação de matéria orgânica) e transformá-las em membranas celulósicas porosas.
“Estamos vivendo uma era em que a cura de feridas está se tornando mais do que apenas a aplicação de um pedaço de material. É uma combinação de ciência, tecnologia e empatia, e os resultados estão transformando o setor de saúde de maneiras notáveis, especialmente entre pacientes diabéticos, vítimas de queimaduras, pessoas que sofrem com escaras e outras lesões de pele”, comenta Thiago Moreschi, atual CEO da organização.
Segundo Thiago, entre as principais inovações que estão moldando esse novo cenário, a Membracel se destaca por oferecer aos pacientes aceleração do processo cicatricial, alívio imediato da dor e prevenção da maceração do tecido epitelial vizinho à lesão.
A membrana não apenas beneficia os pacientes como também reduz a necessidade de leitos ambulatoriais. A desospitalização contribui para uma melhora significativa na qualidade de vida dos portadores de lesões de pele, além de redução de custos de tratamento.
“À medida que a pesquisa e o desenvolvimento perduram, é importante reconhecer que a evolução dos curativos é uma parte essencial da transformação contínua dos cuidados de saúde”, completa o fundador.
*Foto: Marcelo Krelling