Carência de dentistas nos EUA gera oportunidades para brasileiros
18/10/2023De acordo com a agência governamental de saúde dos Estados Unidos, Health Resources and Services Administration (HRSA), existem,em média, 60 dentistas para cada 100 mil habitantes no país. A escassez desses profissionais não é novidade, mas intensificou-se nos últimos 10 anos, à medida que diversos odontologistas se aposentaram.
De acordo com informações fornecidas pela Associação Odontológica Americana, essa falta se acentua diante dos elevados custos associados à formação em odontologia nos Estados Unidos, onde apenas 6 mil novos dentistas concluem seus estudos anualmente.
Sem conseguir contar com mão-de-obra interna suficiente e qualificada, os Estados Unidos têm dependido da contratação de dentistas estrangeiros para atender à crescente demanda. Para atrair esses profissionais, existem categorias de vistos específicos que concedem o green card para dentistas que sejam qualificados através de suas carreiras e formação acadêmica (no mínimo um bacharelado e mais cinco anos de trabalho progressivo pós-bacharelado).
O advogado de imigração nos Estado Unidos, Marcel Gondim, aponta que a administração do país está bastante preocupada em atrair imigrantes qualificados e vem cada vez mais incentivando a concessão de green cards. “No Ano Fiscal 2023,que terminou em 30 de setembro, mais de 260 mil green cards foram colocados à disposição para as mais diversas categorias imigratórias. A quantidade é recorde, e pode beneficiar muitos dentistas brasileiros que sonham em morar nos EUA”, explica.
Diante dessa carência, o Brasil é um dos principais focos dos Estados Unidos, visto que o país possui um dos maiores números dentistas em todo o planeta. De acordo com o Conselho Federal de Odontologia (CFO), há 140 dentistas para cada 100 mil habitantes. Mas, não é só em quantidade que o Brasil se destaca. O dentista brasileiro está entre os mais completos e valorizados do mercado. Essa qualificação acima da média do dentista brasileiro propicia uma série de oportunidades.
“O salário anual médio de um dentista nos EUA é de US$164 mil, mas dependendo da qualificação do profissional e sua especialidade (cirurgião dentista ou dentista pediatra, por exemplo) os rendimentos podem ultrapassar US$200 mil. E se o profissional atuar em áreas menos desenvolvidas dos Estados Unidos, longe dos grandes centros urbanos, a possibilidade de negociar melhores salários e benefícios é maior ainda”, aponta Gondim
No entanto, como em qualquer país, para atuar profissionalmente nos Estados Unidos como médico ou dentista é necessário ter um diploma reconhecido pelas autoridades locais. Os requisitos de validação de diploma variam de acordo com cada Estado americano, mas via de regra o profissional precisará atestar por meio de documentação que possui o conhecimento e capacidade exigida para o trabalho.
A primeira providência é pedir um histórico escolar e diploma das instituições de ensino que o profissional cursou no Brasil. Estes documentos precisam ser autenticados e traduzidos por tradutor juramentado. Além disso, existem instituições de ensino nos EUA que podem auxiliar o profissional com seu processo de equivalência ou revalidação de um diploma. Dependendo da área de saúde em que atua, o profissional também poderá ser requisitado a completar exames adicionais ou provas de certificação.
“Importante observar que desde a pandemia da COVID-19, diversos critérios para validação de diploma s estrangeiros foram flexibilizados, como forma de incentivo do governo americano para atrair não somente mais dentistas, mas profissionais de saúde em geral, como enfermeiros, fisioterapeutas e médicos nas mais diversas especialidades”, finaliza o advogado de imigração, que já atendeu centenas de processos de profissionais de saúde em seus processos de green cards.
*Foto: Pixabay