Sepse é a 1º causa de morte e readmissão em hospitais no mundo
06/09/2023
A Sepse é uma condição clínica grave que afeta cerca de 670 mil pessoas por ano no Brasil, segundo dados do Ministério da Saúde. Antigamente conhecida como infecção generalizada, a doença consiste em uma resposta inadequada do organismo a algum quadro infeccioso, ocasionando danos e disfunções de órgãos do corpo. Segundo a Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz), a estimativa é de 240 mil mortes por ano no Brasil em decorrência de manifestações de infecções graves no organismo.
Primeira causa de morte e readmissão em hospitais no mundo, a Sepse pode afetar qualquer pessoa, inclusive aquelas mais jovens e saudáveis. No entanto, é preciso ficar atento especialmente aos grupos de risco: idosos, pessoas com comprometimento da imunidade (doenças oncológicas, transplantes e usuários de medicamentos que reduzem a imunidade), pessoas com doenças crônicas (diabetes, doenças pulmonares, cardíacas ou renais), pacientes internados em hospitais ou que estejam fazendo uso de dispositivos invasivos (como cateteres venosos, por exemplo)
De acordo com o Coordenador de Infectologia do Hospital Mater Dei Salvador, Victor Castro “Tudo depende do reconhecimento precoce da condição e do início do uso de antibióticos e hidratação, o mais breve possível. Em condições mais graves, por exemplo, o índice de óbitos pode chegar a até metade dos pacientes”, alerta o especialista.
Sintomas
O infectologista Victor Castro Lima lembra que “qualquer processo infeccioso pode evoluir para um quadro de sepse, porém os mais comuns são infecções bacterianas agudas, como pneumonias, urinárias, abdominais e de pele. Além disso, alguns tipos de vírus, como Influenza e Covid-19, também podem evoluir para a sepse”.
Para reduzir os riscos, é importante que o tratamento da infecção ocorra de maneira rápida e efetiva. O diagnóstico deve ser feito com base na identificação do agente infeccioso e na realização de exames que ajudem nessa identificação, como hemograma, função renal, contagem de plaquetas, bilirrubinas e lactato, além dos exames de cultura para identificar micro-organismos. Os pacientes devem estar atento aos sintomas, sendo os principais:
*Elevação da frequência cardíaca e respiratória;
*Alteração do nível de consciência (confusão mental, desorientação etc.);
*Hipoatividade ou letargia;
*Pressão arterial baixa;
*Desmaios;
*Dificuldade para respirar;
*Febre
Se a pessoa estiver com sinais ou diagnóstico de alguma infecção, ela deve ficar atenta a esses sintomas. Em caso de identificação de algum desses sinais, é necessário buscar atendimento médico-hospitalar com o máximo de urgência.
Devido a gravidade da condição, a sepse exige um tratamento rápido, que acontece principalmente pela administração de antibióticos intravenosos e na promoção da estabilidade clínica do paciente, através de hidratação intravenosa. “Em situações de maior gravidade, com acometimento circulatório grave, o que chamamos de choque séptico, é necessária a utilização de medicações para estabilizar a pressão e, eventualmente, suporte respiratório com oxigênio”, esclarece o especialista.
*Foto: Ilustração