Exame que faz diagnóstico de Alzheimer em 20 minutos chega ao Brasil
12/04/2023
O Alzheimer é a forma mais comum de demência e uma das doenças mais desafiadoras para a ciência. Embora a grande maioria dos diagnósticos seja feito na terceira idade, estudos mostram que a condição pode se iniciar de 15 a 20 anos antes de os indivíduos demonstrarem os primeiros sinais.
O diagnóstico do Alzheimer é feito com avaliação clínica, exames de imagem e de pesquisa por biomarcadores associados à doença – as proteínas tau e beta-amiloide – em exames que investigam o líquido cefalorraquiano (líquor) coletado através de uma punção lombar, um procedimento seguro e minimamente invasivo.
No passado, os pacientes precisavam esperar até oito semanas para obter o resultado da testagem das amostras do líquor coletadas pelo hospital e enviadas para o exterior. Um novo exame automatizado consegue reduzir esse tempo para apenas 20 minutos.
O teste Elecsys CSF, oferecido pela Roche Diagnóstica, avalia de maneira simplificada e padronizada a dosagem de biomarcadores das proteínas tau e beta-amiloide no líquor coletado. O procedimento começou a ser realizado este mês, no Hospital Israelita Albert Einstein, que também prestará o serviço para hospitais provados e laboratórios do país.
Com a automação é possível simplificar o processo de análise e excluir interferentes. “Se antes as intervenções mais efetivas junto a pacientes com doença inicial não existiam, atualmente, os avanços da medicina vêm ampliando as possibilidades de tratamentos nesse grupo de pessoas”, afirma o neurologista Ivan Okamoto, do Núcleo de Excelência em Memória (Nemo) do Einstein.
Okamoto explica que, sem manifestação clínica, o paciente entra em uma fase de comprometimento cognitivo leve (CCL) e, posteriormente, passa para um estágio mais avançado da doença, que pode ser leve, moderado ou grave.
Embora o comprometimento cognitivo leve não seja determinante para o desenvolvimento de distúrbios neurodegenerativos progressivos, cerca de 35% dos pacientes que apresentam este fator evoluem para demência com traços de Alzheimer. As informações são do Portal Metrópoles.
*Foto: Pixabay