Dia Mundial da Obesidade: Síndrome de Prader-Willi (SPW) é a principal causa da obesidade infantil

Dia Mundial da Obesidade: Síndrome de Prader-Willi (SPW) é a principal causa da obesidade infantil

11/10/2020 0 Por Redação

 

A obesidade é uma doença crônica que atinge 20,8% dos brasileiros maiores de 18 anos, de acordo com a Pesquisa Nacional de Saúde de 2013. Seus efeitos ocorrem sobre o corpo físico do obeso e, também, apresenta efeitos psicossociais.

Diagnosticada pela primeira vez em 1956 por médicos suíços, Síndrome de Prader-Willi SPW considerada uma doença rara, por apresentar incidência menor que um em 15 mil nascidos no mundo, é uma anomalia neurogenética, multissistêmica e congênita, que afeta principalmente o hipotálamo, que é responsável dentre muitas funções, pela adequação da produção de hormônios (ocitocina, tireóide, crescimento e outros), por regular o sono, humor, libido e por controlar as sensações de fome e saciedade.

No Brasil, segundo o Ministério da Saúde, aproximadamente 33% das crianças entre 5 e 9 anos estão acima do peso, o que acumula um aumento de 110% no percentual de pessoas obesas no país.

A Organização Mundial de Saúde (OMS) prevê para 2025, um crescimento na obesidade, que deve atingir mais de 700 milhões de pessoas. Ainda segundo a OMS, crianças obesas e com sobrepeso, podem chegar a 75 milhões em todo o mundo, dos quais 11,3 milhões no Brasil.

A principal manifestação da síndrome é a fome insaciável, que pode levar os portadores a comer compulsivamente. Por isso inclusive é considerada a principal causa genética da obesidade infantil. Segundo a especialista em nutrição funcional a obesidade infantil tem uma relação familiar. ” As crianças despertam hábitos alimentares que podem estar relacionados com os pais”, afirmou a nutricionista. O caso  mais recente de SPW aconteceu em São Paulo. Uma menina de 14 anos portadora da síndrome, passou a pesar 140 kg e parou de andar.

Estudos prevêem crescimento que desperta preocupação.

Daniel Lambert – Primeira vítima da SPW onde faleceu com 335 KG no Reino Unido Foto: Divulgação

Sintomas

 

Normalmente varia de uma pessoa para outra. Por conta da fome insaciável, a síndrome pode causar obesidade, e consequentemente uma série de complicações a saúde, como por exemplo apneia do sono, diabetes e hipertensão arterial, devido ao sobrepeso.

Além disso, pode determinar traços característicos, como cantos da boca virados para baixo, lábio superior bastante fino, problemas dentários e visuais como o estrabismo e miopia, além de baixa estatura, mãos e pés pequenos, hipogonadismo (ovários e testículos pouco desenvolvidos) saliva espessa e viscosa.

Pode causar também dificuldade na respiração, distúrbios do sono, atraso no desenvolvimento neuromotor  (a criança leva mais tempo para sentar, engatinhar e andar) e alteração comportamental.

 

Segundo o Ministério da Saúde, aproximadamente 33% das crianças entre 5 e 9 anos estão acima do peso. Foto; Istock

 

Diagnóstico

 

A maior dificuldade encontrada hoje em relação a diagnosticar a Síndrome de Prader-Willi é o fato dela ainda ser um tanto desconhecida pelos profissionais da área de saúde. Estudos mais recentes indicam que quem tem a síndrome possui no sangue alto nível de grelina, que é o hormônio da fome, já que uma de suas funções é estimular o apetite.

Presume-se que para um diagnóstico definitivo, além desse elemento, o médico deva levar em conta a resposta de um teste genético que identifica a ausência de informações provenientes da região do cromossomo 15 paterno. Quanto mais rápido for diagnosticado, mais rápido poderá iniciar o tratamento e assim melhorar a qualidade de vida do paciente.

Tratamento

Ainda não existe cura para a síndrome de Prader-Will, nem prevenção, uma vez que não foi encontrada uma forma de correção para a anomalia que desencadeia a síndrome, mas é possível aliviar a intensidade dia sintomas através de um tratamento que é orientado por uma equipe multidisciplinar de profissionais da saúde (endocrinologista, neurologista, fisioterapeuta, fonoaudiólogo, pedagogo, terapeuta ocupacional).

Cada portador da síndrome desenvolve e apresenta os sintomas de acordo com a intensidade e extensão do comprometimento, e é isso que irá nortear os médicos em relação ao melhor tratamento. É necessário que o paciente em questão se submeta a um programa de acompanhamento médico rigoroso, que avalie às peculiaridades de cada caso.

 É extremamente importante não manipular analgésicos e anestésicos sem prescrição, pois esses medicamentos permanecem no organismo do portador da síndrome por mais tempo que um não portador e podem representar um fator de risco se forem utilizados de forma incorreta.

 

 

*Da redação
*Fontes
  • Associação Brasileira da Sindrome de Prider Willi
  • Síndrome de Prider Willi – Fiocruz