Vacina contra câncer de pele entra em fase final e traz nova esperança

Vacina contra câncer de pele entra em fase final e traz nova esperança

19/01/2023 0 Por Redação

 

Um dos avanços científicos mais aguardados para 2023, tanto pela comunidade científica quanto pela sociedade, a vacina contra o câncer de pele se aproxima da realidade neste ano. Atualmente, algumas seguem em produção, mas uma em especial está na terceira e última fase de testes.

Trata-se do imunizante produzido pelas farmacêuticas Moderna e MSD, batizado de mRNA-4157/V940. Os testes demonstraram que, aliado à imunoterapia, houve redução de 44% no risco de recidiva da doença ou morte em pacientes com melanoma de estágios III ou IV.

Os tipos mais comuns da doença são os carcinoma basocelular, o carcinoma e o melanoma. Na Bahia, segundo dados da Secretaria Estadual de Saúde, em 2022 foram registrados 1.309 novos casos. Do total, 10,8% foram do tipo melanoma maligno e os outros 89,2% se referiam a outras neoplasias malignas da pele. No período, 186 pessoas morreram em função da doença.

Em todo o país, a previsão do Instituto Nacional do Câncer (Inca) é que cerca de 220 mil novos casos de câncer de pele devam ser registrados, por ano, entre 2023 a 2025. A vacina contra a doença está sendo desenvolvida para tratamento do melanoma, que é o câncer de pele mais grave, e usa técnica similar à do imunizante contra Covid-19.

Para chegar ao momento atual, foram seis anos de trabalho conjunto entre as empresas, reunindo 157 pacientes com melanoma de estágios III e IV que foram submetidos à remoção por meio de cirurgia.

A CEO da farmacêutica Moderna, Stéphane Bancel, afirma que os resultados são encorajadores ao tratamento do câncer. “O mRNA foi transformador para a COVID-19 e, agora, pela primeira vez, demonstramos o potencial do mRNA para ter um impacto nos resultados em um ensaio clínico randomizado em melanoma”.

As descobertas atuais são consideradas um importante marco e são uma evidência de que é possível melhorar as taxas de sobrevida sem recorrência da doença.

“Iniciaremos estudos adicionais em melanoma e outras formas de câncer com o objetivo de trazer tratamentos  individualizados para os pacientes. Esperamos publicar o conjunto completo de dados e compartilhar os resultados em uma próxima conferência médica de oncologia, bem como com profissionais de saúde autoridades”.

Segundo a médica dermatologista Thais Matsuda, do Grupo Fleury, detentor da Diagnoson a+ na Bahia, por enquanto ainda não se sabe quantas doses da vacina serão necessárias. “O câncer é como se fosse um agressor, então nosso sistema tenta identificar as células para combater e eliminar. Mas o câncer consegue se modificar com uma velocidade muito rápida e vai ‘enganando’ nosso sistema imunológico. Essas vacinas não são para qualquer tipo de melanoma, o tratamento ideal continua sendo o cirúrgico”.

A vacina está sendo desenvolvida para os pacientes com o melanoma avançado, quando o tumor não pode ser removido, e para melanomas metastáticos, lesões que são muito extensas – que não são passíveis de remoção – ou as que já se espalharam para o resto do corpo. Com as informações do A Tarde

*Foto: Reprodução