Por falta de contraste, paciente enfrenta dificuldades no tratamento de câncer
03/08/2022
O aposentado Cláudio Antônio Lemos, de 70 anos, além da batalha contra o câncer enfrenta também dificuldades para conseguir marcar um exame de acompanhamento do tratamento.
Segundo informações do Metro 1, o idoso que foi atendido pelo Hospital Aristides Maltez está há 30 dias tentando agendar o procedimento, mas não consegue por falta de um item essencial: o contraste.
“Ligo todos os dias para o hospital, onde sou muito bem atendido. Pergunto se tem contraste, mas sou informado que é um problema a entrega do Sus. Além de mim, vários outros pacientes estão passando por isso, pacientes que vêm do interior, não conseguem fazer o exame e voltam para casa”, conta o aposentado.
Cláudio explica que precisa fazer o exame para apresentar ao seu médico na próxima consulta de acompanhamento da evolução da doença. O encontro está marcado para esse mês de agosto e, desde junho, o idoso poderia realizar o procedimento, mas não consegue agendar.
Ainda segundo o Metro1, o Hospital Aristides Maltez, uma das principais instituições especializadas no tratamento de câncer, informou que o aparelho responsável pela realização do exame está funcionando plenamente. De acordo com o hospital, o problema é uma escassez do contraste no mercado.
A substância é utilizada no exame de tomografia. Ela realça e destaca diferentes partes do corpo, o que possibilita uma melhor interpretação da imagem e permite um diagnóstico mais assertivo. De acordo com o hospital, ao menos oito estados e o Distrito Federal relataram falta ou racionamento da substância. Entre eles, está a Bahia.
O Ministério da Saúde reconhece o desabastecimento no mercado e informou que, em conjunto com as sociedades médicas brasileiras, está orientando a racionalização do uso do contraste para exames e procedimentos médicos até que o fornecimento seja normalizado.
“A fim de minimizar os danos relacionados à falta do produto, a pasta recomenda otimizar o uso, priorizando procedimentos em pacientes de maior risco e em condições clínicas de urgência e emergência”, diz nota do ministério.
De acordo com a pasta, a escassez de meios de contraste ocorre de forma global devido à interrupção nas cadeias de produção e distribuição do insumo, como consequência dos efeitos causados pela pandemia da Covid-19.
*Com as informações do Metro 1
*Foto: Pixabay