Baianos cultivam cogumelos comestíveis nativos da Mata Atlântica

Baianos cultivam cogumelos comestíveis nativos da Mata Atlântica

04/05/2022 0 Por Redação

Nos últimos anos, os cogumelos comestíveis estão cada vez mais presentes na culinária brasileira. Apesar do crescimento no consumo, o Brasil não produz o suficiente para suprir o mercado interno, por isso, o fungo é importado de outros países. Ao analisar o cenário mercadológico, Nara Lina e João Paulo, residentes na região de Itacaré, desenvolveram um projeto que estuda e cultiva os cogumelos comestíveis nativos da Mata Atlântica. O objetivo é produzir e comercializar cogumelos no território baiano.

Nara Lina, que é mestre e doutora em Ecologia e Conservação da Biodiversidade pela Universidade Estadual de Santa Cruz (Uesc), explica que trabalha há anos com o ensino e cultivo de cogumelos shimeji na Bahia. Após análises de campo e vivências dentro de laboratórios, ela identificou um potencial no cultivo de cogumelos nativos da Mata Atlântica. “A ideia surgiu de um sonho em cultivar cogumelos comestíveis encontrados nos arredores, como os carnudos Macrocybe titans, e de ver uma enorme produtividade de shimejis branco e salmão nos troncos de dendezeiros nas nossas matas”.

A proposta, que tem o apoio financeiro do Edital Inventiva, da Fundação de Amparo à Pesquisa da Bahia (Fapesb), que é vinculada à Secretaria de Ciência, Tecnologia e Inovação (Secti), visa fazer uma cadeia produtiva com o custo mais barato, sem agredir o meio ambiente. “O negócio tem o foco em biodiversidade, saúde e sustentabilidade por utilizar técnicas de baixo custo e baixo impacto ambiental. Isso traz grandes benefícios quando falamos de questões mais amplas como as mudanças climáticas, acesso a alimentos mais saudáveis e promotores de vida”, ressalta Nara.

A gestora ambiental afirma que o produto terá um sistema de rastreamento através de um código de QR, o que garante a segurança alimentar e uma produção mais próxima do consumidor. “O diferencial do serviço e do produto está relacionado com a eficiência no pedido e na entrega, associado à rapidez e proximidade do produtor, que vem da ideia de estabelecer unidades produtivas regionais para atender um raio de 100km de distância e garantir a oferta de um alimento fresco, com qualidade e maior frequência na entrega”.

O projeto, que está em fase de desenvolvimento e estruturação, tem parceria com a Universidade Estadual de Santa Cruz e com as professoras Dra. Ana Paula Trovatti (Uesc) e Me. Letícia Magalhães Fernandes (Uesb), além da aluna Lívia Amanda Silva (Uesc).

 

*Redação

*Foto: content_creator/Shutterstock