Bariátrica: saiba quais vitaminas precisam ser repostas após cirurgia
19/04/2022
Pessoas que são submetidas à cirurgia bariátrica passam por modificações importantes no sistema digestivo, o que acaba influenciando a absorção de nutrientes. Isso acontece porque, nas técnicas usadas no procedimento, pode ser feito um desvio no intestino, o que altera a área de absorção dos alimentos, ou devido à menor secreção de enzimas e do suco digestivo. Sendo assim, pelo resto da vida esses indivíduos terão de repor algumas vitaminas e nutrientes.
Essa suplementação é necessária porque vitaminas e minerais são essenciais em muitos processos biológicos que regulam o peso corporal, entre eles a regulação do apetite, da fome, da taxa metabólica e das funções das glândulas, como a tireoide. Assim, manter as taxas de micronutrientes adequadas no organismo é importante não só para a manutenção da saúde, mas também para a perda de peso.
De acordo com Diogo Toledo, nutrólogo gestor do Departamento de Terapia Nutricional do Hospital Israelita Albert Einstein e coordenador da Pós-Graduação em Nutrologia, a avaliação sobre quais nutrientes devem ser repostos é individualizada, e o déficit pode acontecer mesmo com a suplementação diária, visto que o organismo nem sempre absorve completamente os comprimidos. Essa reposição pode ser feita via polivitamínicos ou com combinações de vitaminas e minerais.
“Sabe-se que o paciente deve ter especial atenção com as vitaminas B12, B1 e vitamina D”, destaca Toledo. Outras deficiências muito comuns são de proteínas, cálcio e zinco. A falta de proteínas, por exemplo, pode levar à queda de cabelos e quebra de unhas”, explica Diogo.
“Esses sintomas podem aparecer por diferentes deficiências, não só de vitaminas como de oligoelementos, bem como de proteína. A baixa oferta de proteína pode contribuir para casos de desnutrição proteica se não forem corrigidos ao longo do acompanhamento destes pacientes”, completa.
Deficiência de ferro
A deficiência de ferro é outro problema comum entre os pacientes, que precisam estar atentos ao risco de anemia. “Ele pode ser reposto por via oral, intramuscular ou endovenosa, dependendo do grau de carência”, explica a nutróloga Melina Castro, coordenadora clínica da Equipe Multidisciplinar de Terapia Nutricional do Hospital Israelita Albert Einstein.
Segundo Toledo, é importante avaliar periodicamente a perda de peso e a composição corporal do paciente para entender se ele está perdendo principalmente gordura ou também massa muscular. “A perda de massa muscular pode trazer inúmeros prejuízos que são evitáveis. Além disso, o paciente pode apresentar déficit de vários micronutrientes, que devem ser suplementados e acompanhados frequentemente”, explica.
*Com Metrópoles
Foto: Getty Images/iStockphoto