Não identificar cheiros pode ser um indício de Alzheimer, diz pesquisadores
13/01/2022
Pesquisadores têm encontrado um número cada vez maior de evidências que demonstram que um olfato ruim pode ter forte ligação com doenças degenerativas, como o Alzheimer. A pesquisa é resultado de um estudo que vem sendo realizado desde 2016 nos Estados Unidos.
Atualmente, estima-se que mais de 55 milhões de pessoas vivem com Alzheimer ou algum tipo de demência no mundo, porém, apenas 25% foi diagnosticada formalmente. A nova pesquisa, que foi publicada na revista Anals of Neurology, demonstrou que não sentir alguns cheiros pode ser um sinal precoce de demência.
De acordo com o estudo, um olfato ruim, que leve as pessoas a apresentarem dificuldade em sentir alguns cheiros específicos, como menta, morango e limão, pode estar ligado a um maior risco de desenvolver Alzheimer durante a velhice.
Mais de uma pesquisa
Segundo o diretor da Clínica de Prevenção de Alzheimer do Centro Médico Presbiteriano Weill Cornell de Nova York, Richard Isaacson, quando o olfato de uma pessoa não consegue distinguir entre cheiros diferentes, pode ser um sinal precoce da formação da doença.
Uma pesquisa semelhante, que foi publicada na revista da Sociedade Americana de Geriatria, acompanhou 3.000 idosos sem diagnóstico de problemas de cognição. Todos eles foram submetidos a um teste de cheiro para identificar os que estão mais ligados à demência na velhice.
Os pesquisadores descobriram que os participantes que não conseguiram identificar quatro dos cinco cheiros testados eram duas vezes mais propensos a ter demência em um período de cinco anos. Além disso, o déficit olfativo estava correlacionado com a gravidade da demência dos pacientes.
Mais testes são necessários
Os resultados demonstraram que 4,1% dos participantes da pesquisa desenvolveram demência dentro de cinco anos. Desse total, 47% havia apresentado disfunção olfativa durante a avaliação inicial. Além de Alzheimer, a perda de olfato foi um indicativo de outros tipos de demência, como Parkinson.
Segundo os pesquisadores, ainda são necessários mais testes para responder uma série de questões. A principal delas é estabelecer o que causa a relação entre a perda do olfato e os sintomas iniciais de demência. Porém, os exames de cheiro podem ser colocados como parte do diagnóstico de Alzheimer no futuro.
*Com Olhar Digital
Foto: Getty Images