Autoridades chinesas matam cachorro de mulher confinada por Covid
17/11/2021O vídeo de um cachorro de estimação que foi espancado até a morte por autoridades de saúde da China, quando sua dona estava em quarentena devido a medidas de restrição contra a Covid-19, causou indignação em todo o país.
A imagem aterrorizou donos de animais sobre o quão longe o governo chinês pode chegar para impor sua estratégia de “tolerância zero” contra o vírus, em que adota lockdowns pesados e testagem em massa quando poucos casos são registrados.
O assassinato aconteceu em Shangrao, cidade a 1,5 mil km ao sul da capital Pequim, e levou as autoridades locais a emitir um comunicado dizendo que a dono do animal e os profissionais de saúde haviam “chegado a um entendimento”.
O cachorro se chamava Chaofen e era da raça corgi, segundo a Bloomberg, e sua dona foi isolada após ter tido contato com uma pessoa que testou positivo para a Covid-19.
As imagens de Chaofen sendo espancado por funcionários do governo vestidos com equipamentos de proteção foram feitas por uma câmera na casa da dona do cachorro. O animal chega a correr após ser atingido na cabeça por uma barra de metal.
A dona do animal, identificada pela imprensa local como Sra. Fu, afirmou depois da agressão que Chaofen havia morrido e que os animais de estimação de alguns vizinhos tiveram o mesmo destino.
Algumas cidades como Xangai permitem que as pessoas mantenham seus animais de estimação em quarentena, segundo a Bloomberg, mas outras estão adotando medidas extremas.
Uma mulher em Chengdu, cidade a 1,8 mil km a sudoeste de Pequim, disse que seus gatos foram mortos neste mês por autoridades locais após ser colocada em quarentena, segundo o jornal “South China Morning Post”.
‘Parceiros espirituais’
Após a repercussão do caso de Chaofen, a Associação de Proteção a Pequenos Animais da China pediu um sistema de quarentena para cuidar dos animais de estimação que se encontrem nesta situação.
“Os animais de estimação são parceiros espirituais das pessoas e não devem ser prejudicados sob o pretexto de combater a pandemia”, disse a entidade em um comunicado, que acusou autoridades de “tirar uma vida inocente, sem a menor capacidade de se defender”.
“Como podemos confiar em um Estado que diz servir ao povo, mas aplica a lei tão brutalmente?”, questionou uma pessoa nas redes sociais, segundo a agência de notícias France Presse. (Fonte: G1)
*Foto: Maxim Shemetov/Reuters