A prática regular de atividade física protege em até 30% casos graves de Covid, diz especialista
18/05/2021
De acordo com especialista, aproximadamente 150 minutos de atividade física semanal, independentemente do local onde é feita, são capazes de evitar comorbidades e proteger contra os efeitos da covid-19. O importante é se exercitar, seja em casa, na academia ou ao ar livre, mas sempre seguindo recomendações medicas, evitar aglomerações e usar máscara, para se proteger e evitar contaminação.
Em entrevista ao Jornal da USP no Ar 1ª Edição, o professor Bruno Gualano, do Departamento de Clínica Médica da Faculdade de Medicina da USP e especialista em Fisiologia do Exercício, explica que o tempo mínimo recomendado são 150 minutos semanais de exercício moderado vigoroso, aquele capaz de deixar a respiração ofegante. Isso já é suficiente para proteger contra casos graves de covid-19 em até 30%. Ser fisicamente ativo também pode reduzir a mortalidade pela doença. “É uma proteção natural. Isso acontece porque a prática regular de atividade física torna o nosso sistema imune mais eficaz contra patógenos, inclusive o sars-cov-2”, informa.
Toda atividade física conta, desde aquelas planejadas até os esforços feitos ao longo do dia, como subir escadas, caminhar pelo jardim ou faxinar a residência. Tudo isso acrescenta para o cumprimento dos 150 minutos de exercício recomendados. Com a imposição de restrições às academias e o alto risco de contaminação, principalmente quando não se seguem protocolos, a atividade física feita em casa pode substituir igualmente. Gualano informa que os músculos não distinguem o local em que o exercício é feito, mas apenas a intensidade. Em casa, pacotes de arroz e garrafas de água podem funcionar tão bem quanto os halteres. “O kg do haltere da academia é o mesmo peso de um saco de arroz ou uma garrafa pet com água. Um agachamento na academia é o mesmo que se faz no seu lar. O músculo não distingue onde você está. A atividade física traz importantes adaptações independentemente de onde é feita”, aponta o professor.
Apesar da reabertura das academias atualmente, o especialista alerta sobre os cuidados e os riscos de se exercitar em local fechado. As imposições a esse tipo de estabelecimento são fruto de uma questão de segurança. É importante usar máscaras e ter álcool em gel disponível, além de levar ao máximo a circulação de ventilação natural no ambiente. Ainda sim, o risco de infecção em academias é alto. Improvisar em casa ou se exercitar ao ar livre podem ser soluções preventivas. “Nós sabemos que as academias estão abertas hoje. Mas, você que está em casa, não se coloque em perigo ao ir à academia para se sentir ativo. Nós podemos nos manter ativos sem a academia de ginástica e quem diz o contrário é negacionista e tem conflitos de interesse”, afirma.
Os riscos de contaminação são diminutos ao ar livre. Contudo, há dicas relevantes para a prevenção também. É fundamental evitar aglomerações a todo custo. Com a abertura dos parques, alguns podem ficar lotados e uma solução é fazer atividade física no próprio bairro ou procurar um local com menos fluxo de pessoas. Usar máscaras é basilar também, independentemente de onde se esteja. “Nós sabemos que é desconfortável durante o exercício, mas a proteção que a máscara traz compensa o desconforto que alguns usuários sentem. Todos esses cuidados, ainda que gerem algum desconforto, são absolutamente importantes para minimizar riscos de infecção”, adverte Gualano.
*Redação – com informações da USP
Foto: Pixabay